2016 - Projeto Rios Limpos

http://www.jornaldebeltrao.com.br/noticia/241046/voluntarios-se-unem-para-limpar-rios

Projeto Rios Limpos conta com dois grupos, um deles atua no Rio Marrecas e outro, formado por alunos da UTFPR, preservam margens do Rio 14.

O primeiro grupo de pessoas se encontrou no dia 8 de março do ano passado, com o objetivo de manter limpas as margens do Rio Marrecas, no trecho em que margeia o Parque Ambiental Irmão Cirilo, no Bairro Padre Ulrico, em Francisco Beltrão. Durante esses onze meses, os voluntários serviram de exemplo para outras pessoas que se uniram ao grupo e incentivaram alunos da UTFPR também a fazer o mesmo, assim eles criaram outro grupo para fazer a limpeza das margens do Rio 14, trecho próximo à universidade. Juntos, os voluntários formam o Projeto Rios Limpos, que tem como ação principal retirar lixo dos rios.

Para facilitar a comunicação entre os membros, eles criaram um "grupo" dentro da rede social Facebook, que atualmente conta com mais 250 pessoas inscritas. Através desse espaço virtual, eles marcam as datas para se encontrarem. A próxima expedição para limpeza do Rio Marrecas será dia 20, sábado, deste mês, às 14h, no Parque Irmão Cirilo, sendo que o grupo está sempre aberto para receber mais voluntários para ajudar na limpeza das margens do rio. Os interessados em participar podem acessar o link: http://bit.ly/ProjetoRiosLimpos.

O projeto começou com o especialista em Educação Ambiental Cláudio Loes, junto com as voluntárias Gabriela Fedrizzi (mestranda em Curitiba) e Alana de Mello (design em moda). Durante uma conversa entre eles surgiu o interesse pelo Parque Irmão Cirilo, após realizarem pesquisa sobre o local - inclusive no Jornal de Beltrão - e andar pelo local, eles queriam entender porque não tinha escola lá e começaram a perceber onde estava sujo.

A partir daí criaram o "grupo" no Facebook e todos os sábados eles começaram ir ao parque para tirar o lixo da margem do rio. "Nós fomos juntando quem conhecia, era pouca gente no início, mas depois tivemos uma mesa redonda na UTFPR e convidei o pessoal, e disse que 'não adianta a gente ficar aqui no discurso, ou a gente vai lá e limpa ou não acontece nada'. Então a cada sábado vão cerca de quatro ou cinco pessoas, conforme as pessoas podem ir", conta Cláudio.

Sandro Augusto Sangaletti também é voluntário do projeto e frisa que o objetivo é manter o rio limpo, mas é preciso conscientizar as pessoas. No início, eles encontravam dificuldades de retirar o lixo ensacado, agora eles conseguem entrar com uma caminhonete menor. "A dificuldade depois que está ensacado é levar ao destino final, daí ninguém tem uma caminhonete disponível pra isso, então depende do poder público", comenta Sandro.

Os voluntários se deparam com todo tipo de lixo, pneus, brinquedos, chinelos, roupas, utensílios domésticos, sapatos e tapetes. "Tem uns trechos lá que vai da densidade do material, por exemplo, existe a sapataria porque é o lugar que tudo que tem de sapato para lá, por causa do movimento do rio, você vai descobrindo como é a dinâmica do rio, onde amontoa mais, onde amontoa menos", comenta Cláudio.

Cada sábado, o grupo retira cerca de oito sacos de 100 litros cheios de lixo. Sandro avalia que são aproximadamente 300 quilos de resíduos. "Se for contar todos os 30 sábados que já fomos lá limpar, 300 quilos por sábado, dá nove toneladas no total, mas acho que dá mais, porque tem dias que é retirado mais coisas", cita Sandro.

Para Cláudio, o que motiva continuar fazendo a limpeza no Rio Marrecas é o trabalho de educação ambiental. "Uma coisa vai chamando a outra. E este ano vamos tentar aumentar o grupo".

Sandro comenta que geralmente ele tinha os sábados livres, o que possibilitou participar como voluntário. "A gente tem que pensar no amanhã. Eu vejo dessa forma, porque sempre frequentei cachoeiras, então isso é uma forma de fazer minha parte", concluiu.